A curva antes do futuro…
Entre o caos de Trump e a completa a absoluta nulidade que é Kamala Harris o pêndulo parece não pender para ninguém; nem a histeria feminista, que a vende porque é mulher, ou seja, porque sim, consegue fazer Kamala respirar acima da tona da água, subsistindo a sensação de que calada é uma poeta, como diria Romário. Kamala é um produto do status quo Norte Americano, oriunda da intelectualidade balofa de LA, tem zero do gravitas necessário a um lider inspirador e a vacuidade do seu argumentário é de facto assustadora, desenhando-se como uma candidata nula que representa sobretudo continuidade e servidão perante as elites estabelecidas em especial nos media, na industria do armamento e alguns colossos de Wall Street. Vai ser renhido, e se for vai ser à justa, o que, tendo em conta que do outro lado está Donald Trump, já diz muito sobre o seu peso político.
Gostava muito de gostar, adorava estar empolgado, mas Kamala é um suficiente menos a soar a bullshit; vende-se a ela própria durante quase 20 min, mas sabemos que viveu desafogadamente, filha de intelectuais bem na vida, frequentadora dos ninhos das elites de L.A., diz que fala para o rust belt, mas esquece as legiões de gente solitária nos parques das cidades poeirentas do interior, cuja juventude perdida é dizimada pelo fentanil que mata muito mais que as armas, a guerra da Ucrânia ou de Gaza, depois não fala da questão climática com medo se ser apanhada na curva, mas acima de tudo, volta a anuir perante Israel e Netanyahu, fechando os olhos ao Carniceiro de Gaza e a um dos mais ignóbeis massacres da história da humanidade, uma vingança rasteira, cobarde e sórdida. Sobre os cadáveres de Gaza caminhou esta Kamala que se diz social democrata, pois que são de máscaras sobretudo que se fazem estes bailes. Obama segurou-a mais um dias, com um excelente discurso de Michele um pouco antes na noite anterior, mas feitas as contas Kamala continua a ser o que se calhar é mesmo: um logro, um engano. Tenho muita pena que o mundo, e os EUA, se tenham reduzido ao mau e ao mal menor, e as nuvens escuras da Ucrânia e sobretudo de Gaza sejam o sintoma de algo terrível que teimamos em não querer enfrentar.