O Inventor
É uma das histórias mais icônicas da América pós Silicon Valley, o enredo clássico do jovem empreendedor com uma mala cheia de sonhos, e pouco mais; os unicórnios que nasceram esporadicamente e que se tornaram símbolos do capitalismo, dando sinais da sua saúde e pujança. Mas o problema, como já li algures, é precisamente serem tão raros; porque razão existem tão poucos Musks, tão poucos Jobs ou Bezos e o que correu tão mal para os termos de venerar tanto. A resposta inconveniente é no fundo simples: porque a sociedade capitalista neo liberal não produz sobretudo ricos, mas sim sobretudo pobres.
“The Inventor” é por isso acima de tudo um documento muito incômodo porque fala do enterro definitivo desse sonho mirífico nascido da década de 80 de Reagan em que tudo se prometia e parecia com pernas para andar, enterro esse personalizado na figura de Elizabeth Holmes, na sua ascensão e queda, o último grande unicórnio de Silicon Valley.