Cinema hipersónico

Cinema hipersónico

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“Top Gun – Maverick” é um triunfo do cinema moderno. E Tom Cruise cimenta-se ainda mais como o mais valioso e competente produtor da actualidade. Depois dos excelentes “Rogue Nation” e “Fallout”, dois tratados conclusivos de como fazer filmes de ação, acresce este segundo capítulo da saga do Capitão Pete “Maverick” Mitchell, agora sem o seu “Wing man” Iceman ( Val Kilmer num papel quase de cameo e com uma degradação física já indisfarçável ), liderando uma equipa de jovens ases numa missão impossível (não resisti), com flashes do passado, a dose certa e indispensável de azeite homo-erótico, nem faltou volleyball de praia, onde os homens tinham menos roupa do que a actriz, ok, e sobretudo uma sensibilidade incomum neste segmento de filmes, doseando correctamente a herança de Tony Scott com o pragmatismo do envelhecimento das personagens, a factura do tempo, e até o contexto político (excelente a introdução do paradigma da substituição dos pilotos pelos drones, por exemplo).

Top Gun Meverick

Mas “Top Gun – Maverick” é sobretudo um triunfo técnico; o filme foi rodado usando caças F-18 reais adaptados para poderem incorporar câmeras IMAX especialmente modificadas para o efeito, os actores voaram de facto nas aeronavas em maior parte das cenas, a esmagadora maioria dos efeitos que vemos foram práticos e feitos “in camera”, e, claro, é mesmo Tom Cruise que vemos pilotando a sua Kawasaki com o pôr do sol laranja em plano de fundo. Que mais podemos querer? Absolutamente imperdível, um espectáculo total e arrebatador, simbólico da excelência técnica do cinema actual.