A Pele
Mais um da fornada dos (talvez) esquecidos exercícios artísticos que depois de descerem à cave do esquecimento justificam revisitação: uma história sci-fi sobre um estranho extraterrestre que se esconde debaixo da pele de uma mulher foi o pretexto para um dos mais radicais e desregrados manifestos estéticos que o cinema já testemunhou, granjeando sobretudo o respeito da comunidade cinéfila por Jonathan Glazer, que depois deste seu projecto de cunho obcecadamente pessoal, que demorou 10 anos a ser feito e 4 anos a ser gravado, nunca mais assinou nada de nota.
Fica a beleza hipnótica do corpo nu de Scarlet Johanson, superiormente capturado naquele inesquecível plano em frente ao espelho, o soberbo trabalho de realização, entre o documental e o puro virtuosismo técnico, e ainda a impressionante perfeição plástica desta obra que não pode deixar ninguém indiferente. Mais um dos imprescindíveis da minha prateleira.